Na produção de cabritos e cordeiros, o indicador de Desmame é calculado pela número de filhotes desmamados em relação ao total de fêmeas colocadas em cobertura. Para produção de carne, seja de cordeiro ou cabrito, quanto maior a taxa de desmame (indicador desmame) melhor, pois terei mais animais à venda (sempre levando em conta os custos de produção).
O indicador Desmame é a avaliação final do meu sistema de reprodução, uma vez que contempla avaliação da fertilidade, prolificidade e mortalidade. Podemos considerar esse indicador como Eficiência Reprodutiva.
Eficiência Reprodutiva = filhotes desmamados / fêmeas em idade reprodutiva.
Para a maior parte dos casos, onde todas as fêmeas em idade reprodutiva são colocadas em cobertura, Desmame e Eficiência Reprodutiva são o mesmo número, o mesmo indicador. No áudio explico essa pequena diferença, que para algumas propriedades não faz diferença, mas para outras sim. Ouça o áudio para entender:
Vamos fazer um exemplo de duas propriedades com o mesmo indicador de desmame (120%):
Propriedade A: 100 fêmeas em cobertura – 120 filhotes desmamados.
Propriedade B: 100 fêmeas em cobertura (+ 20 fêmeas jovens que não foram para cobertura – só no próximo ciclo) – 120 filhotes desmamados.
Propriedade A – Eficiência Reprodutiva = 120% (120/100)x100
Propriedade B – Eficiência Reprodutiva= 100% (120/120)x100
Mesmo na produção para leite, o indicador de desmame / eficiência reprodutiva é importante. Precisamos ter as ovelhas e cabras prenhes e que produzam cordeiros e cabritos para ter produção de leite. E precisaremos de fêmeas de reposição. Talvez, em algumas situações, bem específicas, o indicador prolificidade possa não ser importante, se eu não tiver mercado para venda dos filhotes (mas posso ter mercado para venda de cabritas ou novilhas de reposição para outros criadores). 😉
Esses seriam os indicadores básicos de reprodução. Temos alguns outros e podemos implementar no acompanhamento de dados da propriedade, como peso (kg) desmamados por fêmea, por exemplo. Mas, não adianta eu ter vários indicadores, se só calculo e não analiso.
Preciso conhecer os indicadores da minha criação e planejar o que fazer – traçar metas – para melhorá-los no próximo ano.
E na sua propriedade, como estão os Indicadores Reprodutivos? E, mais importante, o que você vai fazer para que a próxima produção seja melhor que a anterior?
Nunca esqueça o papel da boa alimentação das fêmeas – ovelhas e cabras – nesse processo!
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Olá.
Entendi o cálculo da eficiência reprodutiva. Muito bom guia para o criador. Observando os exemplos com as propriedades A e B, o cálculo é claro. Embora entenda que tal fórmula tenha sido concebida por estudiosos da área, não consigo evitar a sensação de injustiça com a propriedade B. Afinal, o número de fêmeas cobertas é o mesmo, daí não parece justo ou razoável colocar nessa conta fêmeas não cobertas.
Mas o curso foi esclarecedor.
É para ser injusto mesmo, Rudival… KKKKKK. Brincadeira, na verdade é muito justo.
Vou tentar explicar:
A comparação desde indicador (usando o número total de fêmeas em idade reprodutiva) é justamente para medir eficiência, pois compara o que coloca as fêmeas jovens em reprodução (claro, tendo desenvolvimento adequado) daquele que deixa um lote de fêmeas jovens durante meses “comendo de graça”, sem produzir (elas não vão produzir cordeiros ou cabritos mas terão custo de manutenção – alimentação, “espaço”, vacinas, vermífugos, mão de obra, etc).
Trabalhamos com animais de ciclo muito curto, onde em 5 meses a ovelha ou cabra é coberta e já produz um filhote. Se bem manejado o rebanho, com alimentação adequada, sanidade, manejo, reprodução, tudo andando adequadamente, conseguimos em praticamente todas as raças produzir fêmeas jovens com peso adequado para reprodução com cerca de 7-8 meses. Se isso é possível, qual a justificativa de deixar elas ficarem meses esperando para entrar em reprodução? Por isso que é muito justo comparar, no indicador eficiência, se o rebanho coloca em cobertura animais jovens ou não.
Podemos comparar com a atividade bovina: antigamente a novilha só entrava em cobertura com 3 a 4 anos. E os bois eram abatidos com mais de 5 anos. Isso parece possível hoje? Economicamente? Não, quando há tecnologias (e falo de nutrição, sanidade, genética, etc) para trabalhar diferente.
O mesmo acontece com ovinos e caprinos… eficiência!