Indicadores reprodutivos – 2. Prolificidade

Prolificidade é o resultado do número de filhotes nascidos (vivos ou não) por fêmea parida. Traduzindo: produzir gêmeos (partos múltiplos 2, 3, 4…).

Quanto mais partos gemelares tiver no rebanho, maior é o indicador de prolificidade. Ouça o áudio para entender a importância desse indicador:

 

Estamos falando em eficiência. E quando trabalhamos com rebanhos para corte, quanto mais cabritos e cordeiros eu produzir, mais animais terei para venda – $$$. Isso chama-se produtividade. Claro que tenho que ter equilíbrio entre produtividade e custo. Não adianta eu ter a melhor produtividade se o custo para isso for muito alto.

Exemplo: eu tenho 50 cabras paridas e elas produziram 70 cabritos (entre vivos e mortos). 70/50= 1,4 x 100= 140% de prolificidade. Também pode ser usado o número sem o percentual, apenas 1,4.

Em algumas situações, esse indicador pode não ser tão importante. Quer um exemplo? Tenho rebanho de ovelhas para leite e não tenho mercado para a venda de animais… Se meu produto principal é o leite e não tenho mercado para os cordeiros, pode não ser interessante ter muitos gêmeos. Mas isso é uma exceção. Para a maior parte das criações, é um dado importante e a ser melhorado. Mesmo animais de leite podem ser vendidos para abate ou para outros produtores.

Mas como aumentar a prolificidade do rebanho? Como aumentar o número de gêmeos?

Fatores que interferem na produção de gêmeos em ovinos e caprinos.

Vamos focar na fêmea, que é a responsável por produzir 1, 2, 3 ou mais filhotes… 😉 Mas e o macho? Já ouviu dizer que “esse bode dá muitos gêmeos”? Será? Ouça no áudio a explicação de quem é culpado ou inocente…

 

Agora que já sabemos que é a fêmea quem determina o número de filhotes naquela gestação/parição, é nela que vamos focar nossos esforços maiores para aumentar o número de gêmeos no rebanho.

A característica de ovulação múltipla (gêmeos) é genética, ou seja, passa de mãe para filha. Tem boa herdabilidade e podemos selecionar o rebanho para essa característica, conseguindo aumentar o número de gêmeos.

Vamos a um passo a passo:

  • Identificar as fêmeas nascidas de parto gemelar para manter elas no rebanho;
  • Quando comprar bode ou carneiro, tentar comprar o reprodutor que seja nascido de parto gemelar ou a mãe tenha histórico de partos múltiplos. Ele vai “passar” a genética para as filhas;
  • Podemos trabalhar com genética de partos múltiplos já identificadas em algumas raças, como o gene Booroola na Texel e Corriedale; gene Vacaria na Ile de France ou gene FecGE na Santa Inês;

O primeiro fator é ter a genética para ovulação múltipla. E isso é seleção. Existem rebanhos que naturalmente são selecionados para produção de gêmeos e outros que, ao contrário, para partos simples. Às vezes nem é por intenção. Mas falta de conhecimento. Ouça o áudio que explica a importância de identificar as cordeiras e cabritas nascidas de partos múltiplos:

 

Precisa ter a genética, mas ela sozinha não faz milagres… então vamos aos próximos passos.

Para que a genética de partos múltiplos realmente aconteça (se expresse), é preciso que a alimentação das fêmeas na época da cobertura esteja bem, que o Escore de Condição Corporal – ECC esteja adequado (entre 3-3,5) ou pode até estar um pouco abaixo, mas elas estejam ganhando peso nesse período. É como se a ovelha e a cabra pensasse: “as condições estão boas de comida, podemos produzir mais filhotes pois terão condições de sobreviver… ”

Além disso, para regiões que sofrem influência da estacionalidade reprodutiva (lembram que falamos que as fêmeas só entram em cio em uma época do ano mais ao sul do Brasil?) – mesmo que tenha genética, se estiver fora da época mais apropriada, diminuem as chances de produzir gêmeos. Exemplo: a raça que eu tenho normalmente entra em cio metade de fevereiro (a grande maioria). Mas algumas já começam a apresentar cios em janeiro. A chance de produzir gêmeos é maior nas que forem cobertas mais tarde (fevereiro) do que no cedo (em janeiro, muito fora da época “normal” para a minha raça).

Resumindo:

Genética + boa condição corporal + época do ano adequada = prolificidade alta.

O importante é saber em que estágio estamos e traçar metas para aumentar esse indicador.

Para finalizar, uma ilustração do impacto da prolificidade no rebanho, do ponto de vista da quantidade de matrizes que preciso para produzir o mesmo número de filhotes, considerando diferentes índices de prolificidade.

Impacto da prolificidade na quantidade de fêmeas necessárias para a produção do mesmo número de filhotes.

Para quem ainda não se convenceu que gêmeos é um ótimo negócio, minha última tentativa 😉 no áudio abaixo:

 


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