Brasil
Região Nordeste e, principalmente, Bahia lideram as criações de ovinos e caprinosIBGE/PMM 2019
Das criações de animais de porte médio, os caprinos e os ovinos, novamente, apresentaram crescimento (5,3% e 4,1%, respectivamente), resultando em efetivos estimados de 11,3 milhões de caprinos e 19,7 milhões de ovinos em 2019. A Região Nordeste, que, desde o início da série histórica da pesquisa, liderou a quantidade de caprinos e, a partir de 1996, passou a apresentar também o maior efetivo de ovinos, registrou incremento de ambos, ficando responsável por 94,6% e 68,5%, respectivamente, desses rebanhos nacionais – há afinidade entre tais espécies e as características ambientais e socioeconômicas da região.
Bahia é o principal Estado para ambas as criações – historicamente lidera em caprinos, representando 31,0% do rebanho em 2019, e, há quatro edições da pesquisa, também detém o maior efetivo de ovinos em nível estadual, ficando com 22,8% em 2019.
Ainda no que diz respeito aos ovinos, o Rio Grande do Sul, que já foi o principal Estado para essa criação, porém com finalidade voltada para a produção de lã, ficou com 15,5% do total nacional, seguido por Pernambuco, na terceira posição, com 13,7%.
Quanto aos caprinos, Pernambuco figurou na segunda posição, com 23,0% do rebanho nacional, seguido por Piauí (16,6%) e Ceará (10,0%). A quantidade de animais nesses Estados, somando também a da Bahia (primeira posição), ultrapassou 9 milhões de cabeças. A soma dos efetivos existentes na Bahia e em Pernambuco ultrapassou 50% do total nacional por diversas vezes na série histórica, o que se repetiu também em 2019. À exceção da primeira edição da pesquisa, a combinação dos plantéis dos dois Estados representou, nos últimos 45 anos, participações de 47% a 56% do rebanho nacional.
Dos 5 127 Municípios com efetivos de caprinos em 2019, três se destacaram com os maiores plantéis: Casa Nova, Juazeiro e Curaçá, todos baianos. Em seguida, figurou Petrolina (Pernambuco), que anteriormente tinha o segundo maior rebanho e apresentou aumento em relação a 2018, mas os aumentos quantitativos verificados em Juazeiro e Curaçá (terceira e quarta posições no ranking em 2018, respectivamente) foram maiores. Dos 5 313 Municípios com efetivos de ovinos, coube destaque a Casa Nova (Bahia), com o maior contingente dessa espécie, seguido por Santana do Livramento (Rio Grande do Sul), Remanso (Bahia) e Juazeiro (Bahia).
A Pesquisa da Pecuária Municipal - PPM fornece informações sobre os efetivos da pecuária existentes nos Municípios na data de referência do levantamento, 31 de dezembro, bem como sobre a produção de origem animal e o seu respectivo valor no ano em questão. Constitui a principal fonte de estatísticas sobre o tema, não só para o planejamento público e privado desse segmento econômico, como também para a comunidade acadêmica e o público em geral.
Os dados são obtidos pela Rede de Coleta do IBGE, mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária. A unidade de investigação da pesquisa é o Município.
Panorama geral da pecuária
Em 2019, a pecuária brasileira foi influenciada, entre outros fatores, pelo contexto internacional. Com baixa no estoque de carne suína, consequência da peste que acometeu a espécie, e um mercado interno em expansão, a China precisou suprir a sua demanda interna por meio da importação de proteína animal. Somente do Brasil, esse país adquiriu 497,7 mil toneladas de carne bovina, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior - Secex, representando uma alta de 54,4% em relação ao ano anterior, e a sua importação de carne suína aumentou em 61,7%, o que fez o Brasil alcançar a marca de 244,1 mil toneladas exportadas dessa commodity.
Notícia adaptada pela Equipe Capril Virtual com informações IBGE (19/10/2020)