Dicas
Como as cabras podem salvar a sua vida?
Autor: Estudante de Zootecnia Aline Cavalcante Felipe da Silva
Supervisão: Méd. Vet. Marlise Germer
O desenvolvimento de cabras clone transgênicas promove o tratamento de diferentes doenças dos seres humanos por meio dos biofármacos.
Em 2011 pesquisadores da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), deram início às pesquisas para o desenvolvimento de um clone transgênico de cabra. O objetivo de origem desse animal foi para produção de leite, capaz de combater uma doença genética em humanos (Doença de Gaucher).
A doença de Gaucher é uma doença genética causada por uma deficiência na enzima glucocerebrosidase, que digere determinado tipo de gordura, essas células (Gaucher) se acumulam principalmente no fígado e no baço que, por isso, aumentam de tamanho.
Entenda como é feita a produção dos animais transgênicos:
O primeiro animal denominado de Gluca nasceu em 2014, após diversas tentativas obtiveram sucesso com a implantação do embrião.
Para originar o animal os pesquisadores utilizaram material genético humano no DNA da cabra, com esse gene o animal produz em seu leite a enzima (glucocerebrosidase) necessária para composição do biofármaco.
Para obter o medicamento a enzima deverá ser extraída e purificada para assim se tornar eficiente no combate à doença.
No ano de 2019 por meio de uma pesquisa com o leite de cabra transgênica, identificou-se a presença de anticorpos (anticorpo monoclonal anti-VEGF). Esse anticorpo é essencial para o tratamento de cânceres como pulmão, ovário e cólon.
O biofármaco é o meio de produção mais viável economicamente. Este ainda passou por teste em camundongos que apresentavam câncer de pulmão e apresentou excelentes resultados com a redução do tamanho dos tumores.
O anti-VEGF oriundo do leite de cabra transgênico ainda apresentou-se mais semelhante à imunoglobulina humana quando comparado ao fármaco comercial.
Os pesquisadores desenvolveram um protocolo para purificação do anticorpo para que assim ele possa ser aplicado via endovenosa, e os estudos com essa pesquisa ainda seguem em desenvolvimento.
Agradecimento especial à Revista Pesquisa FAPESP e ao professor da UNIFOR Leonardo Tondello Martins pelo auxílio na elaboração do material.
Publicado em
11/02/2022
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