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Nodeste tem Potencial para Ampliar Produção de Couro de Caprinos e Ovinos

O Nordeste tem potencial para ampliar a produção e passar até a exportar couro de caprinos e ovinos.

O Nordeste tem potencial para ampliar a produção e passar até a exportar couro de caprinos e ovinos. Detentora do maior rebanho no País, a região precisa, no entanto, melhorar a qualidade da matéria-prima, prejudicada pela falta de frigoríficos específicos para o abate destes animais e, em conseqüência, retirada correta da pele. A avaliação é de Hélio Mendes, diretor-executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), entidade federativa que representa 800 empresas atuantes na produção e processamento de couros.

"Estamos realizando uma análise do segmento de couros de caprinos e ovinos no Nordeste, que é uma região estratégica para a produção", informa Mendes, que também é coordenador do trabalho "Análise Editorial da Cadeia Produtiva do Couro", publicado pelo CICB. Segundo ele, Pernambuco e Bahia são os Estados nordestinos nos quais a indústria de couro "está muito bem instalada". "Hoje, a indústria brasileira não deve nada à internacional, no quesito tecnologia", comenta o executivo.

O grande problema, conforme disse, refere-se à qualidade da matéria-prima no Nordeste. "Predomina, no mercado de abate, a informalidade. Na maior parte dos casos, a pele se perde com o manejo inadequado. Por isso, pensamos em fazer um trabalho em toda a cadeia produtiva, do criador, passando pelo frigorífico ao curtume", comenta, acrescentando que o rebanho da ovinocaprinocultura é crescente.

O diretor-executivo do CICB considera a ovinocaprinocultura como atividade responsável pelo desenvolvimento regional. "Para uns, a ovinocaprinocultura é questão de sobrevivência. Para outros, ela é complementação de renda". Ele informa, ainda, que o Nordeste está bem articulado em âmbito político e produtivo. "Acontece que, pelas próprias dimensões do País, o processo de produção ainda é lento e o rebanho é disperso", argumenta ele.

Bovinos
O Brasil tem hoje o maior rebanho de bovinos do mundo. E vislumbra grande potencial par ampliar a participação no mercado internacional. A indústria brasileira do couro exportou US$ 2,19 bilhões em 2007 - crescimento de 16,8% sobre 2006, cuja receita foi de US$ 1,87 bilhão. O saldo da balança comercial do setor alcançou US$ 2 bilhões no ano passado, representando 5% da balança comercial, o que dá a dimensão real do que representa o segmento para a economia.

"São Paulo é hoje o maior exportador de couro bovino do País, seguido do Rio Grande do Sul, que já foi o primeiro na lista", diz Mendes. Os principais mercados para o couro bovino brasileiro são a China e a Itália. "Temos condições de crescer e agregar valor ao produto. Isso depende de um trabalho na cadeia produtiva". Para discutir as oportunidades e as dificuldades, o setor participa da elaboração da política industrial da cadeia coureira, em Brasília, numa iniciativa promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Pele rende R$ 59 milhões
Os últimos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontam para um rebanho de 16 milhões de ovinos e cerca de 10,5 milhões de caprinos nas propriedades do Brasil. O Nordeste é responsável por 95% desta produção. O total de 26,5 milhões de cabeças coloca o País entre os maiores rebanhos do mundo da ovinocaprinocultura. No entanto, este número ainda não é suficiente para atender a demanda interna.

De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), hoje a produção nacional gira em torno de 172 mil toneladas de carne ovina e caprina ao ano, muito aquém das 204 mil toneladas consumidas anualmente pelo País. O número, no entanto, não implica em um alto consumo.

Segundo levantamento da FAO, o Brasil consome apenas 0,7 quilos de carne ovina e caprina per capta por ano, metade do consumido pelo México (1,4 quilos) e Argentina (1,5 quilos). O número é ainda insignificante se comparado com o índice neozelandês, de 39,7 quilos - o maior do mundo.

Há um potencial mercado para a ovinocaprinocultura no Brasil. Hoje, a produção nacional de carne do setor rende R$ 480 milhões. Se apenas a demanda interna atual fosse suprida, esse número aumentaria em R$ 90 milhões e exigiria a inclusão de 4,4 milhões de novas cabeças no rebanho nacional, segundo a Arco.

Com uma maior difusão do hábito de consumo da carne ovina e caprina, estes números seriam ainda maiores. Aumentando-se essa projeção para o equivalente a 12% do consumo de carne bovina, os rendimentos da ovinocaprinocultura chegariam a R$ 2 bilhões, com total de 740 mil toneladas produzidas. Isto, somente considerando a produção de carne.

Peles
Neste setor, há uma série de segmentos que rendem capital ao produtor brasileiro. A lã, por exemplo, movimenta R$ 79 milhões por ano com a produção de 14 mil toneladas. A produção de peles - outro nicho lucrativo - chega a sete mil toneladas e rende R$ 59 milhões. O leite de cabra, por sua vez, arrecada R$ 18 milhões anualmente com a produção de 22 mil toneladas. Isto, sem considerar a indústria genética, a médico-veterinária e outros setores envolvidos.

Todos estes segmentos envolvem grande massa trabalhadora, tanto propriedades profissionalizadas, quanto familiares. Segundo levantamento da Arco, 290 mil famílias brasileiras têm na ovinocaprinocultura uma fonte de renda. O setor gera 120 mil empregos diretos e 286 mil indiretos.

Notícia adaptada pela Equipe Capril Virtual com informações Diário do Nordeste (26/12/2008)

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